“É preciso apostar mais na participação popular”

Fiocruz Brasília 7 de novembro de 2017


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O gerente da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, foi um dos convidados da 1ª Conferência Distrital de Vigilância em Saúde, realizada hoje e amanhã em Brasília – DF. Em sua apresentação, ele resgatou a história e os marcos referenciais do SUS, destacando a necessidade de se investir na participação popular, muito mais ampla que o controle social. Segundo ele, a participação nos conselhos municipais deve ter representação conforme as particularidades regionais e não ser apenas uma cópia dos segmentos populacionais representados no Conselho Nacional de Saúde. Penna recomendou que os delegados da conferência se pautem na saúde e nas pessoas, contrariando o histórico da vigilância em saúde no mundo e no Brasil, que por muito tempo enfatizou ações voltadas à doença, tratando todo o território como doente. 

O médico, que já foi responsável pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, falou da importante relação entre a atenção básica e a vigilância em saúde, que deve ser fomentada para se conhecer, de fato, as necessidades da população. Ele participa de um grupo de pesquisa que analisa a situação de saúde de mais de 100 milhões de brasileiros que recebem assistência do Bolsa Família, e mostrou evidências científicas da queda nos casos de hanseníase neste segmento da população, em comparação com outros nas mesmas condições e que não recebem o benefício social. 
A programação da conferência conta ainda com outros três eixos de debate, a saber: Responsabilidade do Estado e dos governos com a vigilância em saúde, Saberes, práticas, processos de trabalho e tecnologias na vigilância em saúde e Vigilância em Saúde participativa e democrática para enfrentamento das iniquidades sociais. 

A abertura da conferência contou com a participação do secretário adjunto de assistência à Saúde do DF, Daniel Seabra; a coordenadora da conferência e presidente do Conselho de Saúde do DF, Lourdes Piantino; o subsecretário de vigilância em saúde, Marcus Quito; a secretaria geral da conferência Danielle Cavalcante; e as conselheiras de saúde Darly Dalva Marinho e Jeovania Rodrigues, representando os segmentos de usuários e trabalhadores, respectivamente.  

Ao final da conferência serão escolhidos os delegados do DF para a 2a Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, prevista para dezembro deste ano, sendo 18 usuários, 9 trabalhadores e 9 gestores. A expectativa é de que, após a conferência, as 12 propostas do DF sejam aprovadas na Conferência Nacional e consequentemente, não fiquem apenas no papel, mas sejam percebidas pela população no cotidiano dos serviços de saúde.