Distrito Federal será sede de pesquisa internacional sobre câncer de colo de útero

Mariella de Oliveira-Costa 13 de fevereiro de 2019


Mariella de Oliveira-Costa 


Pesquisadoras da Fiocruz Brasília compõem equipe que vai avaliar a efetividade dos atuais métodos de rastreio


De 18 a 22 de fevereiro, a Fiocruz Brasília vai sediar a primeira visita da equipe do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NIC/NIH), atividade do Projeto Manejo de Risco de Câncer Cervical: Avaliação de novas estratégias de rastreio e triagem baseadas em testes de HPV, conhecido como Projeto Marco. Esta iniciativa é uma cooperação internacional entre o NIC/NIH e a Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e do Programa de Evidências em Políticas e Tecnologias em Saúde, e o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

 

A programação dos pesquisadores brasileiros e estrangeiros que compõem o projeto Marco envolvem a visita a diferentes Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal, nas regiões da Ceilândia, Samambaia, São Sebastião e Estrutural, bem como aos laboratórios e ambulatórios de colposcopia do Hospital Materno Infantil de Brasília, para conhecer o fluxo da usuário do SUS no programa de rastreio contra o câncer de colo de útero. A agenda contará ainda com várias reuniões com os gestores dos serviços de saúde locais.

 

No dia 19 de fevereiro, uma das atividades será aberta ao público, de 10h às 12h, no auditório interno da Fiocruz Brasília. O Seminário Internacional Panorama Atual e Novas Estratégias para a Erradicação do Câncer Cervical será com abertura e apresentação de representantes da Fiocruz Brasília e do Ministério da Saúde, seguida de palestras com os representantes do Inca e do NCI/NHI.

 

Essa pesquisa vai identificar qual a melhor estratégia de rastreamento de câncer cervical, que junto com a introdução da vacinação contra o Papilomavírus humano (HPV), será um esforço para reduzir a morbidade e mortalidade por câncer de colo do útero. Em outras palavras, o quanto novos testes de rastreio e triagem que se baseiam em HPV (principalmente, por meio do uso de dispositivos de auto coleta pela própria mulher) serão eficazes para identificar mais doenças ao menor custo, quando comparados ao teste preventivo de Papanicolau atualmente utilizado no SUS.

 


Serão pesquisadas 40 mil mulheres nos serviços de saúde do Distrito Federal e de Manaus, no Amazonas. Um dos motivos da escolha dessas cidades tem relação com o elevado risco de novos casos de câncer, em comparação com o restante do país. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do INCA para 2018, é esperado que o câncer do colo do útero seja o mais incidente na região norte do Brasil, com 25,62 casos por 100.000 mulheres. Na região Centro-Oeste, ele ocupa a segunda posição, com taxas de 18,32, por 100 mil mulheres.