Conferência Sinistra é destaque no estande da Fiocruz

Fiocruz Brasília 20 de outubro de 2014


Conheça os atores que deram vida aos personagens peste bubônica, febre amarela e varíola durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

“Foi muito divertido! Não parece um trabalho, mas atuar é sempre assim, sempre uma delícia”, assim definiu Helena Miranda, 21, sobre a experiência na 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). A atriz dá vida à personagem da varíola na peça teatral “Conferência Sinistra”, de Gustavo Ottoni. O espetáculo integra as atividades que a Fiocruz trouxe este ano para a SNCT, realizada no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade, entre os dias 13 e 19 de outubro.

Além de Helena, os atores Nathalia de França, Miguel Peixoto, Yuri Rocha, Davi Maia e Ana Luísa Quintas se transformaram, durante as apresentações no evento, nas principais doenças que assolavam o Rio de Janeiro no início do século XX: febre amarela, peste bubônica e varíola. Essas doenças surgiram no Brasil com o rápido processo imigratório no final do século XIX e atingiram o auge de contaminação na primeira década do século XX.

A peça ensina de uma forma divertida e engraçada como as doenças agem no corpo humano, e dão atenção também sobre como elas começaram a ser combatidas com vacinas. Crianças e adolescentes de diferentes idades e escolas do Distrito Federal e do estado de Goiás, além de pais e professores visitaram o estande da Fiocruz e puderam conferir o espetáculo.

Os atores contam que foram bem recebidos pelo público, que prestou atenção a cada detalhe. “O retorno foi muito bom, gostaram muito e nos parabenizaram. Ver a alegria das crianças no final também foi muito gratificante, conseguimos alcançar algumas coisas. Com as professoras das escolas também, é legal porque os adultos também se divertem com a peça”, afirmou Ana Luisa Quintas, 23 anos.

Já para Helena, é interessante atuar para crianças porque o feedback acontece no mesmo momento. “Algumas choram quando ficam com medo ou assustadas. Essa transparência é muito interessante”, opina.

Miguel Peixoto, 22 anos, também comenta as diversas reações do público. “Quanto às crianças é engraçado porque têm umas que sentem medo, tem umas que começam a chorar, outras que ficam hipnotizados e ainda algumas que nos abordam para falar, pegar e tirar fotos. Os adultos captam mais o conteúdo do texto. A criança já ri de uma feição ou de uma risada meio maléfica. Temos que levar a criança para o riso, pelo corpo e imagem”, explica Peixoto. Para ele, cada apresentação é um exercício de lidar com as pessoas, com preenchimento de espaço e presença artística.

“Quando estamos no teatro, só vemos a massa preta, às vezes quebramos a quarta parede e conseguimos olhar os rostos meio embaçados. Aqui a gente lida diretamente com o público, é mais real”, completa Peixoto.

Entre uma fala e outra do texto, os atores têm a liberdade de criar, improvisar, interagir com a plateia e até mesmo brincar. “É incrível o retorno das crianças, a alegria que eles passam, e a forma como respondem a uma brincadeira. Eles olham pra gente e se encantam com a magia que temos a oferecer”, conta Nathalia França, 20 anos.

Preparação

A diretora do espetáculo, Letícia Guimarães, veio do Rio de Janeiro especialmente para ensaiar os atores. Na peça, os personagens conversam sobre os males que causam à saúde, revelando seus temores em relação às medidas de combate lideradas pelos médicos Oswaldo Cruz e Carlos Chagas.

Os jovens atores, com uma vasta experiência na área, tiveram uma semana para se preparar para a peça, decorar o texto e aprender a fazer a maquiagem.  “De todas as vezes que a gente ensaiou, não foi nenhuma vez com a plateia. A magia do espetáculo vem com o público, com o retorno que eles dão. Chegar aqui e atuar com a plateia cheia e com a criançada é outra coisa”, revela Nathalia.

Para Yuri Rocha, 19 anos, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia abriu o leque e mostrou que ciência e tecnologia estão ligadas a varias coisas e abrange tudo, até mesmo à área de artes cênicas.

O ator Davi Maia conta que já frequentou a Semana em outros anos, mas que participar como expositor é diferente, já que representa uma chance de ensinar e passar conteúdo e conhecimento para os visitantes. “Foi bem interessante, também foi uma oportunidade de aprendizado. Aqui é um aprendizado”, afirmou Davi Maia.