Circuito de Ocupação Cultural para Saúde inicia terceira etapa

Fiocruz Brasília 15 de abril de 2015


Projeto da Fiocruz Brasília em parceria com o GDF promoveu atração cultural durante semana de arte e cultura do Instituto de Saúde Mental. A intervenção abriu o ciclo de três meses de atividades no local

A terceira etapa do Circuito de Ocupação Cultural para Saúde, projeto que resulta de parceria entre a Fiocruz Brasília, Casa Civil do DF, Secretaria de Saúde do DF (SES/DF) e Secretaria de Cultura do DF (Secult/DF), teve início na última segunda-feira, 13 de abril. O Instituto de Saúde Mental do Riacho Fundo (ISM) é a próxima unidade da rede pública do Distrito Federal a receber eventos culturais promovidos pelo projeto.

A primeira atividade realizada foi o show de música pop autoral e de música popular brasileira com o cantor e violinista Marcelo Moura, o guitarrista Bruno Berê e o baixista Bartô Blues. A apresentação fez parte da abertura da I Semana Cultural do ISM e o trio encantou funcionários da saúde mental, pacientes, estudantes e pesquisadores presentes no evento realizado no dia 13 de abril. O Circuito pretende contribuir para a recuperação dos pacientes e para melhoria da qualidade de vida dos servidores de diferentes unidades de saúde. Desde 2014, o projeto já realizou mais de 40 atividades em sete unidades de saúde do DF.

Durante a abertura da Semana Cultural, o diretor do Instituto de Saúde Mental, Ulysses Castro, ressaltou que é necessário expandir a ideia da intervenção cultural associada à saúde mental. Para ele, ainda é preciso quebrar paradigmas e agregar os pacientes da saúde mental novamente à sociedade.

“A arte juntamente com a saúde mental é uma ótima forma de expressão, pois o usuário precisa ter direito a essa voz que lhe foi interrompida pela sociedade. A arte é terapêutica e o espaço para desconstrução do preconceito também. Para pessoas com sofrimento psíquico os laços de amizade e solidariedade são muito importantes. Precisamos pensar como podemos introduzir a cultura nos outros serviços de saúde mental e botar o bloco na rua para ter eficácia no processo de desconstrução do preconceito”, completou Ulysses.

O médico psiquiatra e diretor da Saúde Mental, Ricardo Lins, que também esteve presente no evento, acredita que a cultura é a produção humana em várias dimensões e pode trazer a noção de pertencimento, sendo assim, revolucionária no auxílio à vivência das pessoas com sofrimento psíquico. Ricardo ressaltou também a parceria com a Fiocruz Brasília por meio do Circuito de Ocupação Cultural para Saúde. “Esta parceria já deu certo, vai ser ótimo”, comemora.

Até o dia 17 de abril, pacientes e comunidade participarão de atividades coordenadas pela equipe do instituto, como apresentações musicais, poesia, dança e oficinas. Além das atividades coletivas, haverá exposição de trabalhos de cerâmica e mosaicos feitos pelos pacientes que participam do Caco Terapêutico, arte terapia realizada pelo Instituto, que auxilia usuários e funcionários da saúde mental.

Dengue
A Fiocruz Brasília também esteve presente no evento, oferecendo duas atividades lúdicas e educativas com foco na dengue. Os pacientes do ISM e familiares puderam identificar e eliminar possíveis focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, em um painel e em um jardim repleto de pneus, garrafas pet, vaso de planta e caixa d’água.

A atividade busca estimular a participação da população no que se refere ao controle e à diminuição do avanço da doença, já que, segundo dados da Secretaria de Saúde do DF, 85% dos focos de dengue estão dentro das residências. A intenção é fazer com que os participantes atuem dentro da comunidade e se tornem multiplicadores na região onde moram.

Os jogos foram aprovados pelos pacientes. “Vivenciando eu aprendi muita coisa, pude aprender brincando. Não sabia que tinham vários tipos de dengue. Foi uma atividade maravilhosa, construtiva e informativa”, disse L. A., de 54 anos. “É preciso frisar essas informações sempre para evitar mais casos de dengue. É importante ter a conscientização, todos se ajudarem para combater o mosquito. Eu levarei este aprendizado para casa e para a minha vizinhança”, complementou a paciente M. P., de 57 anos. Ela garante que vai colocar em prática tudo o que aprendeu nos jogos.