“A rua existe e resiste.
Nada sobre nós sem nós.
Nossa luta é todo dia.
A rua não é moradia!”
Esse trecho estava estampado nas blusas de representantes do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), que participaram da primeira Conferência Livre de Saúde Mental com a População em Situação de Rua, realizada na última sexta-feira (29/9) no auditório interno da Fiocruz Brasília. A atividade híbrida contou com mais de 1200 inscritos e reuniu representantes do Núcleo de Populações em Situações de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (Nupop) da Fiocruz Brasília, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), de movimentos sociais e coletivos em prol da PopRua, trabalhadores do SUS, residentes da Fiocruz Brasília e de pessoas em situação de rua.
Sob o lema “Fortalecer e garantir políticas públicas: o SUS, o cuidado de saúde mental em liberdade e o respeito aos direitos humanos”, os participantes discutiram e apresentaram propostas em torno de quatro eixos da saúde mental: cuidado em liberdade como garantia de direito à cidadania; gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental; política de saúde mental e os princípios do SUS; e impactos na saúde mental da população e os desafios para o cuidado psicossocial durante e pós-pandemia.
A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, ressaltou a importância desta Conferência que reúne a diversidade de rostos que marcam o Brasil. “É preciso trazer para o debate as pautas desta população, e deixar registrado o que acontece nas ruas, para assim pensarmos políticas públicas efetivas para a PopRua”, afirmou.
“A população em situação de rua é inviabilizada e muitas vezes esquecida, mas nós existimos e resistimos. A PopRua necessita de um olhar mais sincero e carinhoso do Estado e das pessoas. Direito a uma vida digna deveria ser para todos e não apenas para uma parcela da população”, enfatizou Paulo Henrique Silva dos Santos representante das pessoas em situação de rua.
Já o diretor de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Leonardo Pinho, também presente na abertura da Conferência Livre, comentou a retomada do CIAMP-Rua (Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua). “Pela primeira vez na história teremos um coordenador geral com trajetória de rua, uma pessoa que passou por todas as barreiras de acesso e por todas as violências institucionais”, frisou.
Ao final do encontro foram apresentados os alinhamentos, propostas e diretrizes que serão encaminhadas para compor a pauta de discussões da 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Ainda no âmbito da etapa nacional, foi realizada a votação das pessoas delegadas que vão representar o coletivo na Conferência.
Partes da programação da Conferência Livre foram transmitidas pelo canal da Fiocruz Brasília no YouTube.
Confira aqui a gravação da abertura
Confira aqui a gravação da plenária final
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Fotos: Nathállia Gameiro/Fiocruz Brasília
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