Vigia Dengue reduz os casos de zika, chikungunya e dengue em Natal 

Fiocruz Brasília 23 de junho de 2017


Uma redução de 86,5% nos casos de zika; de 96,7% no registro de Chikungunya e de 85% nos casos de dengue, além de uma queda acentuada – 41,8% – no índice de infestação vetorial (mede a presença de mosquitos Aedes), quando comparados dados do mesmo período em 2016 e 2017. Em síntese estes foram resultados obtidos na capital potiguar após a implantação do Vigia Dengue em agosto de 2015. Implantado pela Secretaria Municipal de Saúde o sistema abrange apenas a capital Natal.


Vigia Dengue é um sistema de monitoramento ativo de indicadores entomológicos e epidemiológicos que determinam a ocorrência de arboviroses (dengue, zika e chikungunya), o que possibilita a construção de cenários de risco e um conjunto de ações a serem desencadeadas em cada cenário, conforme explica Alessandre de Medeiros, Chefe do Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Natal.


No Vigia Dengue, a presença do mosquito é monitorada bairro a bairro.  Para tanto, foram instaladas armadilhas ovitrampas ( que coletam ovos dos mosquitos Aedes aegypti) em toda extensão da cidade a cada 300 metros. A identificação de “pontos quentes” ou Hot Spots, locais com maior presença do Aedes aegypti, permite definir as ações ideais para  cada bairro. Dados epidemiológicos são acompanhados através de dois sistemas de informações nacionais o SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação  do Ministério da Saúde, que  é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos de notificação compulsória e o GAL – Gerenciador de Ambiente Laboratorial que possibilita gerenciar e acompanhar as análises laboratoriais.


– De posse dos dados, fazemos o tratamento estatístico e espacial da informação e identificamos as áreas de maior risco (hotspot) para o desencadeamento das ações. Os bairros recebem uma classificação de acordo com o risco por alarmes e alertas, do nível 1 ao 4 e para cada nível, há um conjunto de ações específicas. Os bairros são classificados semanalmente com categorias de intervenções específicas, explica Alessandre Medeiros.


O mapeamento permite identificar onde o problema nasce, onde ele permanece controlado e até que ponto os mosquitos se espalharam.  Assim, com base na realidade local,  são definidas as ações a serem adotadas – de cunho educativo ou uma intervenção mais contundente.
O Projeto foi o primeiro inscrito para participar da Feira Soluções para a Saúde. E da inscrição consta que foi escolhido pelo Ministério da Saúde como projeto piloto a ser implantado em outras cidades, pela experiência exitosa no combate e monitoramento do vetor. Durante a 3ª Reunião Anual Internacional da Dentarget e Reunião Internacional de Prevenção e Detecção de Arboviroses 2016, o modelo desenvolvido em Natal foi considerado, pelos cientistas internacionais, um dos mais avançados e práticos, em nível mundial, de intervenção e controle vetorial do Aedes aegypti.


Esta inovação é parte da programação da Feira de Soluções para a Saúde – Zika, que será realizada de 8 a 10 de agosto no Cimatec em Salvador, BA. Clique aqui  para conhecer o site da Feira, que traz as experiências já cadastradas e fazer sua inscrição.