Evento reúne especialistas para discutir inovações tecnológicas e desafios da saúde em um cenário de mudanças climáticas e sociais

Por Beatriz Muchagata

O Simpósio E-Vigilância 2025 reunirá, entre os dias 25 e 27 de novembro, no Rio de Janeiro, pesquisadores, profissionais de saúde, empreendedores e estudantes de todo o país para debater o uso de tecnologias e ciência de dados na vigilância epidemiológica. Com o tema “Ciência de dados na vigilância epidemiológica: para quê e para quem?”, o evento propõe refletir sobre o papel da análise de dados e da inteligência artificial na preparação e resposta a cenários cada vez mais imprevisíveis, marcados por transformações climáticas, ambientais e sociais.

Esta é a quarta edição do simpósio bianual, que se consolidou como um espaço de integração entre pesquisa, inovação e gestão pública em saúde. Desde sua criação, o E-Vigilância acompanhou acontecimentos marcantes, como o surgimento do novo coronavírus e o ressurgimento de doenças preveníveis por vacinação, como febre amarela e sarampo.

Nos últimos anos, o país enfrentou desafios epidemiológicos e ambientais significativos, como a maior epidemia de dengue registrada em 2024, a expansão da febre Oropouche e desastres climáticos de grande escala — incluindo a enchente no Rio Grande do Sul e a seca histórica na região Norte. Esses eventos evidenciam a necessidade de aprimorar os sistemas de vigilância e fortalecer o diálogo entre ciência e gestão pública.

A Fiocruz Brasília, por meio do CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), participará do evento com a apresentação do trabalho desenvolvido pela Plataforma de Inovação para o Cuidado e a Atenção Primária à Saúde (Picaps). A apresentação será conduzida por Fernanda Machiner, bióloga pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), especialista em Enfermagem do Trabalho pela UNINTER, mestre em Epidemiologia e doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB).

Atuando na Fiocruz Brasília, no CoLaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), Fernanda possui ampla experiência em pesquisa, ensino e consultoria em saúde pública. No E-Vigilância 2025, ela integrará a mesa “Ciência de dados para vigilância: caminhos de formação”, com a apresentação intitulada “Inteligência Epidemiológica Cooperativa: a Metodologia da Plataforma PICAPS na Integração de Dados, Territórios e Pessoas em Cenários de Crises Climáticas e Sanitárias”. Sua contribuição trará uma perspectiva territorial e colaborativa sobre o uso da ciência de dados, destacando como a Picaps tem promovido soluções inovadoras e participativas para o fortalecimento da vigilância em saúde no Brasil.

A ciência de dados tem se tornado uma ferramenta essencial para a saúde pública, possibilitando modelagens preditivas e análises situacionais em tempo real. Com o avanço dos modelos de linguagem natural e da inteligência artificial, novas possibilidades se abrem para a compreensão de surtos e o planejamento de ações de controle. O E-Vigilância 2025 pretende discutir como essas tecnologias podem ser incorporadas de forma ética, eficiente e inclusiva ao sistema de vigilância em saúde.

Além de fomentar debates, o simpósio também se apresenta como um espaço de cooperação científica e tecnológica, onde pesquisadores, expositores e profissionais podem compartilhar resultados, apresentar soluções inovadoras e construir parcerias que fortaleçam as práticas de vigilância no país.