Alunos de escolas públicas do DF criam borboletário e outros projetos sobre o Cerrado

Fiocruz Brasília 7 de maio de 2025


Além de Borboletário, robótica educacional, jogos e fábulas da fauna e flora do Cerrado foram também destaques em Circuito de Ciências do DF

 

O que você faria se descobrisse lagartas devorando as folhas de rúcula e couve da horta escolar? Na Escola Classe 403 Norte, no Plano Piloto de Brasília (DF), o problema se tornou uma oportunidade e deu origem a um novo projeto de ciências das crianças do ensino fundamental. O final dessa história foi a criação de um borboletário. E não foi qualquer borboletário! Foi um borboletário premiado no ‘13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal’, uma iniciativa da Secretaria de Educação do DF.

 

Os alunos da Escola Classe 403 Norte se juntaram a mais de 80 mil estudantes que participaram da iniciativa. Foram contemplados alunos da educação infantil até o ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). E eles apresentaram 512 trabalhos sobre o tema ‘Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais’. Ao final, 27 projetos foram premiados, incluindo o borboletário da Escola Classe 403 Norte.

 

O trabalho sobre as borboletas surgiu a partir das dúvidas dos alunos do 1° ano do ensino fundamental. Eles queriam saber quem teria colocado os ovos nas folhas da horta. Para responder essas dúvidas, as professoras Ana Heloisa de Oliveira Nascimento e Eloiza Cristina da Costa, da Escola Classe 403 Norte, propuseram uma experiência. A ideia era que os próprios alunos construíssem um borboletário para observar o ciclo de vida desses insetos e encontrar a resposta.

 

– Como educadoras, percebemos a necessidade de reconectar nossos estudantes com a natureza. Com atividades direcionadas ao ar livre, descobrimos que é possível despertar o encantamento e o fascínio das crianças, o que certamente ficará marcado para sempre na vida delas”, afirmam em entrevista ao Invivo.

 

Borboletário: atividade começou em 2023


Junto com a primeira experiência, realizada em 2023, vieram muitas outras curiosidades. As crianças queriam saber, por exemplo, qual é o tamanho máximo que uma lagarta pode alcançar, se borboletas bebem água e quais as principais espécies que vivem no Cerrado.

 

O sucesso foi tanto que o projeto, intitulado “Borboletário: criando borboletas na escola”, foi ampliado e realizado novamente em 2024, dessa vez com crianças do 1º e 2º anos do ensino fundamental, foi neste ano, que a iniciativa conquistou o primeiro lugar na categoria Educação Fundamental – Anos Iniciais do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal.


Atualmente, a ação integra o projeto político-pedagógico da escola e pode ser realizada por todos os estudantes que desejarem. As professoras pretendem dar continuidade à iniciativa com a revitalização do jardim da escola e o cultivo de flores para atrair mais borboletas. “Ouvir os estudantes, suas dúvidas, curiosidades e hipóteses, direcionar as pesquisas e deixá-los ser ativos nesse processo é o caminho para um projeto de sucesso”, recomendam.

 

Pesquisa bibliográfica, passeios… E mãos à obra!


A estudante Ana Elisa Simões foi uma das participantes da ação. “O que eu gostei mais foi de pesquisar, porque a gente estudou bastante sobre as borboletas. No final, eu tinha que falar sobre o projeto para dar um toque especial”, orgulha-se a menina.

 

Apresentado pelas próprias crianças no Circuito de Ciências, o trabalho incluiu consulta a vídeos, sites, artigos e livros, bem como um passeio ao Borboletário do Zoológico de Brasília. Além disso, a atividade envolveu a construção do borboletário em sala de aula. Para isso, os alunos usaram potes grandes transparentes, filme plástico, gravetos, folhas secas e folhas de couve com as lagartas retiradas da horta.

 

Uma vez pronto, foi feita observação diária, com registros fotográficos e anotações sobre o tamanho das lagartas e sua transformação. Outra preocupação era com alimentação dos insetos, isto é, substituição das folhas de couve diariamente.

 

Confira aqui o texto na íntegra. 

 

Esse texto integra uma série de reportagens produzidas com base em trabalhos premiados no 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, uma iniciativa da Secretaria de Educação do DF. O texto original foi elaborado por Fernanda Marques do Núcleo de Educação e Humanidades em Saúde (Jacarandá), da Escola de Governo Fiocruz – Brasília, e posteriormente editado e publicado pelo projeto Invivo, um espaço virtual interativo promovido pelo Museu da Vida.

 

 

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