Cerimônia marca formatura de Especialização em Comunicação em Saúde

Nathállia Gameiro 16 de novembro de 2022


O ano de 2020 apresentou diversos desafios para todos. Tivemos que adaptar a forma de viver, comunicar, relacionar, ensinar e aprender. O ensino remoto foi uma área que ganhou destaque, ainda com diversos desafios. Desafios que não impediram os alunos da 1ª turma da Especialização em Comunicação em Saúde da Escola de Governo Fiocruz-Brasília de continuarem no caminho do saber.

Os 27 novos especialistas em comunicação em saúde encerram as atividades com uma formatura realizada na manhã do dia 11, dentro da programação do III Seminário Internacional e VII Seminário Nacional As Relações da Saúde Pública com a Imprensa. O curso foi proposto e coordenado pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da Fiocruz Brasília. Muitos alunos se conheceram pessoalmente pela primeira vez durante o evento, em que puderam se abraçar e olhar nos olhos depois de dois anos de encontros mediados pela tecnologia.

A Especialização começou a ser planejada há dez anos e foi precedida por alguns cursos de atualização, o primeiro ofertado ainda em 2013. O coordenador da capacitação em Comunicação em Saúde e da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, falou sobre a dificuldade de fazer um curso de especialização online durante uma emergência em saúde como a pandemia de Covid-19. O curso teve quase 200 inscritos e foi planejado para ser presencial, mas em um curto espaço de tempo, precisou ser reconfigurado para online.

Wagner destacou as parcerias do Ministério da Saúde e da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS). “Foram imprescindíveis e demonstram como a Fiocruz e a OPAS se irmanam nesse momento ao pensar que comunicação é estratégica para a saúde”, disse. O jornalista classificou a busca, o processo e os fins voltados para o aperfeiçoamento do SUS como os maiores motivadores. “Que todas as primeiras vezes que experimentamos ao longo desse período alimentem nossas almas, mentes e corações e que nos inspirem nessa desafiadora trajetória de sermos o que buscamos ser, comunicadores da saúde, para a saúde e com saúde”, destacou Wagner.

O valor da educação e da comunicação, trabalhadas pela Fundação, foram ressaltadas durante a cerimônia. Para Socorro Gross, representante da OPAS/OMS, as duas áreas são importantes para mudar a sociedade, construir saúde e fazer com que as pessoas sejam melhores e tenham mais oportunidades, por isso, é preciso investir em talento humano, o que ela classifica como a maior riqueza de um país. “Precisamos de profissionais que possam ter como pauta a saúde como um bem público coletivo, uma determinação social, uma mudança em que temos que trabalhar e uma luta contra a discriminação e o preconceito. Os meios de comunicação resistiram na pandemia e fizeram muito por nossa sociedade. Sem vocês teríamos mais mortos no nosso país, porque os meios de comunicação são abrangentes e chegam rápidos”, disse aos novos especialistas.

Gross falou ainda sobre a parceria entre as instituições, destacando que, na região das Américas, a Fiocruz representa a união e força de que a evidência e a ciência têm que estar e atuar na sociedade.

A diretora da Escola de Governo Fiocruz-Brasília (EGF-Brasília), Luciana Sepúlveda, também ressaltou a importância da educação e da comunicação na Fiocruz e na história da saúde pública, como na revolta da vacina. Para ela, é clara a importância dos jornais e dos meios de comunicação à época, sempre presentes na mediação entre as políticas públicas e a sociedade, com a participação e engajamento das pessoas, da compreensão e capacidade dos indivíduos de se prepararem e se posicionarem diante de situações que afetam profundamente cada um de nós. “A comunicação na interface com a capacitação e o diálogo são estruturantes para o sucesso de qualquer política pública, em particular da saúde. Por isso esse curso tem uma importância estratégica para o SUS e chega em um momento particular, quando sentimos na pele, durante a pandemia, a importância da possibilidade de recorrer a canais confiáveis que nos orientassem em um momento de incertezas individuais e coletivas”, afirmou.

A aproximação das comunidades pela comunicação baseada em evidência, a necessidade da educação como um caminho de cuidado e promoção da saúde no SUS e o reconhecimento do espaço de sala de aula para chegar na ponta foram estratégias lembradas pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio. A psicóloga afirmou que a pandemia desvelou a necessidade de uma nova organização de processos de trabalho e da garantia de uma resposta rápida diante do sofrimento de toda uma população, sendo agentes e sujeitos.

“Que nós sempre tenhamos força para nascer, renascer e reexistir frente à sociedade, frente aos desafios e às adversidades, para que nós sempre, a partir do nosso renascimento, possamos atuar na construção de uma agenda positiva e de cuidado com toda a população, reforçando o SUS equânime e universal”, disse.

O momento de celebração também foi marcado por emoção e homenagens. A jornalista Fernanda Marques foi a professora homenageada pelos alunos, que em seu discurso destacou o que aprendeu com os alunos e o que eles proporcionaram durante o curso. “Deixo aqui o meu desejo sincero para vocês: que os caminhos da comunicação em saúde e da divulgação científica possam proporcionar a vocês muito friozinho na barriga, aquele sentimento de quem é apaixonado pelo que faz. Sucesso na caminhada! E viva o SUS”, declarou ao auditório ocupado pelos estudantes e convidados. Os trabalhadores da Fiocruz Brasília também foram homenageados durante o evento.

Confira as fotos

Assista ao vídeo de homenagem

A cerimônia pode ser assistida aqui

 

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